Amiga...
não são dias, nem meses...
mas sim anos que sei de ti.
Tu sempre com o peito aberto...
á boca do coração.
Hoje Amiga...
tenho os dedos doridos de tanto escrever...
e um pouco de solidão.
pensa-me... devagar.
mas, regressa-me.
traz... ao ombros uma história.
com um final feliz...
e sussurra-ma...
devagarinho.
conta-ma... com os anos...
e deixa-a envelhecer com os meus ouvidos. Pensa-me...
serenamente...
pela tarde...
pela vida adiante.
Sabes...
amiga Alzira?
Vivemos contra o tempo...
esse...
deixa-nos...um dia...
esquecidos...
numa página qualquer de um livro velho... deixa-nos esmagar...
com o marcador de páginas...
mas...
ainda que se finde o tempo...
ainda que eu morra...
o que ficar desta amizade...
será... sempre...em ti
um pouco mais.
um pouco mais de luz...
até ser noite...
Não há um meu, um teu,
há apenas um nosso,
aquele pedaço de essência que nos faz tão iguais a nós próprios,
como aos outros todos que connosco caminham.
Não possuímos o que não criamos,
e ainda assim, criar não é apenas dar vida, mas cuidar.
Com amizade...Rui.